sábado, 28 de janeiro de 2012

Entrevista ao Porta19

O Porta 19 (www.porta19.com) , blog associado ao FC Porto, decidiu abordar-me para uma entrevista e aceitei. Foram sete perguntas às quais respondi com o máximo prazer e creio ter corrido da melhor forma. Como o autor do Porta19 Jorge afirma: «dá gosto parar para conversar sobre futebol sem as clivagens que se criam naturalmente entre adeptos de clubes adversários»...

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Exibição de gala


As palavras de Jorge Jesus no final do jogo, afirmando que o Benfica teve dificuldades não por demérito próprio mas por mérito do adversário, descrevem da melhor forma a exibição de gala produzida no estádio da Luz pelo nosso grande Gil.

A equipa entrou determinada, a ocupar muito bem os espaços e o empate ao intervalo era um resultado mais do que justo. Com uma pontinha de sorte e talvez o Gil pudesse trazer para Barcelos mais qualquer coisa. Porém, é igualmente óbvio que o Benfica é muito forte, dá-se ao luxo de ter craques como Aimar no banco, e quando assim é as dificuldades aumentam exponencialmente.

Palavra também para o discurso, diria, escusado tanto de Paulo Alves como do nosso presidente no final do jogo. Creio que quando Jorge Jesus elogia o Gil, numa atitude clara e transparente sobre o que se passou em campo, é perfeitamente inútil basear a derrota gilista em erros de arbitragem. Preferia antes que enaltecessem o trabalho da equipa, que foi brilhante, e realçar que, apesar da derrota, o Gil deixou Lisboa com a moral em alta.

Destaques:

MAIS:

+ Estratégia de Paulo Alves: pela primeira vez esta temporada, o Gil esteve exímio do ponto de vista tático. A equipa funcionou como um todo, os jogadores entenderam na perfeição aquilo que o treinador queria e protagonizou uma das melhores, senão a melhor, exibições da temporada. Parabéns para o Paulo, que demonstrou ontem, mais uma vez, ser um técnico ciente de todas fases do jogo e perfeitamente preparado para levar o Gil a uma boa classificação no final da época. Lamenta-se, como já referido, o seu discurso baseado na arbitragem no término do encontro.

+ Rodrigo Galo: que grande exibição. Creio que Galo tinha a perfeita noção de que este jogo seria importantíssimo para a sua imagem diante o público do futebol português e deu o máximo. Jogou, marcou e esperemos que prossiga.

MENOS:

- Suplentes: é certo que os dois golos de rajada do adversário deitaram por terra qualquer hipótese de pontuar na Luz, mas com certeza que o Gil podia ter respondido de melhor forma se dispusesse de outros jogadores no banco. As palavras do Paulo, afirmando que a chegada de novos jogadores seria importante, realça ainda mais essa ideia.

Teremos agora o FC Porto e exige-se uma exibição, no mínimo, semelhante àquela produzida ontem. Pontuar seria óptimo, até porque estamos já a dois pontos apenas da zona de descida. Há que ter cuidado!

domingo, 15 de janeiro de 2012

Primeira volta - análise


A primeira volta terminou para o nosso Gil. Acaba no 10º lugar da Liga com 16 pontos, a três da linha de descida.

Atendendo àquilo que foi o início da temporada, com a escassez de reforços de qualidade aliada ao calendário adverso, o 10º posto é motivo de orgulho. Entendeu-se desde cedo que o primeiro escalão não é assim tão diferente do segundo e prosseguir o trabalho da temporada anterior foi, claramente, uma boa aposta, embora, todos sabemos, o Gil dispõe de um dos piores (senão o pior) plantéis da Liga. A verdade é que a equipa conseguiu ser regular, colmatou com sucesso algumas lesões que foram surgindo e praticou bom futebol.

Analisando os números, o Gil termina com 3 vitórias, 7 empates e 5 derrotas. É a equipa que mais empates soma no campeonato porém é a sexta com menos derrotas. Conta igualmente com 13 golos marcados e 23 sofridos. Curioso o facto do último classificado ter mais golos marcados que o Gil.


Quanto ao trabalho de Paulo Alves, está a ser realizado com êxito. No entanto, necessita de trabalhar mais os processos ofensivos da equipa. É agoniante ver os avançados estáticos ao longo de quase todo o jogo, sendo apenas os médios a ter que descobrir espaços nas defensivas adversárias. É igualmente claro que a aquisição de um avançado é fulcral. Necessita-se de um jogador que baixe para receber e tabelar com os restantes avançados e, claro, que marque golos. Meyong, dispensado do Braga, seria uma excelente aposta. Jogador inteligentíssimo e com enorme capacidade para facturar.

Em relação aos pontos altos e baixos desta primeira volta, creio terem sido os seguintes: os pontos altos foram o empate em casa frente ao Benfica, que permitiu à equipa albergar uma enorme moral para o restante campeonato, a vitória em Paços de Ferreira e a vitória em casa frente à Académica, a primeira da época; os pontos baixos não são igualmente difíceis de identificar. A recente derrota frente ao Nacional por 3-0, naquele que era um jogo onde só a vitória interessava e saímos humilhados, a goleada sofrida em Alvalade e saída precoce da Taça de Portugal.


Quanto aos melhores e piores jogadores:

Os melhores:

+ Cláudio: creio ter sido o melhor jogador gilista desta primeira volta. O patrão da defensiva foi um jogador de classe e representou da melhor forma aquilo que é ser do Gil Vicente FC. Logrou ainda alguns golos importantíssimos.

+ Adriano: de longe, o melhor reforço da época. Um achado no União da Madeira, capaz de salvar vários empates e vitórias do nosso Gil. Sem ele em Paços de Ferreira ou, em casa, frente ao Marítimo e teríamos, por certo, menos 5 pontos nesta altura.

+ Luís Carlos: embora ultimamente não esteja a jogar bem, o pequeno atómico foi aquele que mais dores de cabeça deu às defesas contrárias. Inteiramente adaptado ao estilo do futebol português, Luís Carlos é uma mais-valia neste plantel.

+ Richard: o jogador mais criativo deste Gil, sempre capaz de respeitar tabelas e jogar a dois/três toques. Peca pela irregularidade...

Os piores:

- Éder: a léguas de distância, o pior jogador do plantel gilista. Demasiado mau para ser verdade. Ainda disfarçou a sua falta de qualidade nas duas primeiras jornadas mas chegou-se cedo à conclusão que Éder veio por engano. A saída dele já devia ter-se proporcionado há muito.

- Sidnei: outro reforço que veio equivocamente. O seu currículo falava por si e Sidnei não o contrariou...

- Leandrinho: mais um. Prometeu bastante mas nem as chuteiras chegou a calçar. Que seja feliz no Brasil.

- Laionel: tal como Vieira, um 'case study'. Iniciou a época a todo gás. Garantia ser um indiscutível, mostrou técnica, inteligência e golos. Mas, de repente, desapareceu, à semelhança do que aconteceu nos seus anteriores clubes. Quando se é assim, não há nada a fazer. Se estivesse no lugar de Laionel, punha seriamente a hipótese de deixar o futebol.

E pronto, é isto. Regresso em breve, caros gilistas, com a convicção de que vamos pontuar na Luz!